quinta-feira, 9 de junho de 2011

O desafio da atração e retenção de candidatos nos dias de hoje.


Antigamente, buscar candidatos em um processo de recrutamento e seleção não era uma tarefa tão difícil como na atualidade.

Anunciada a vaga, a questão era escolher os melhores qualificados, com disponibilidade imediata para início, dentro da proposta de salário da empresa e ainda que morassem perto da empresa. Mesmo com todos estes requisitos, preencher uma vaga não era um bicho de sete cabeças. A equação era, a empresa escolhia um entre vários candidatos que estavam ávidos por uma oportunidade.

Nos dias de hoje, quando já falamos em pleno emprego em algumas regiões do Brasil, a dificuldade é atrair candidatos interessados para a oportunidade de trabalho. Hoje, temos cada vez mais empresas sendo escolhidas do que empresas escolhendo seus talentos.

O fator distância entre a residência do profissional e o seu futuro local de trabalho já está encabeçando a lista de quesitos avaliados pelos candidatos. Em grandes metrópoles, onde o tempo de deslocamento por vezes passa de 1 hora e meia, vemos todos os dias candidatos buscando trabalho mais próximo de suas casas.

Muitas vezes pessoas bem empregadas em empresas de renome, mas que esgotadas pelo cotidiano cruel do trânsito, fazem a opção pela qualidade de vida que terão se trabalharem mais perto. Fazem planos de investir o tempo economizado no trajeto em seu bem estar, como frequentar academia e estar mais com a família.

Superada a questão da distância, constato candidatos participando de 3 a 5 processos seletivos ao mesmo tempo, e mesmo empregados, estão ligados em possibilidades de crescimento profissional. Avaliam distância, salário, possibilidade de crescimento, incentivo em cursos e especializações. As empresas, passaram de selecionadoras, à selecionadas.

Está de fato instalada a guerra pelos melhores talentos do mercado. Há muitas oportunidades e pouca gente qualificada (na visão das empresas).

Outro dado importante. Há alguns anos as empresas contratavam pessoas que realmente identificavam como potenciais e investiam em sua formação. Hoje, os gestores procuram pessoas já altamente especializadas no segmento de atuação, e estão sem verba para investir na formação de seus talentos. Resultado ? Buscam a agulha no palheiro. Está cada vez mais difícil encontrarem o profissional "pronto" que buscam.

E enquanto as empresas menos antenadas para esta nova realidade procuram pelo "ótimo", o "bom com potencial" passa todos os dias pelas salas de seleção e são descartados sem uma análise mais aprofundada do que está por vir. 

Amanhã, aquele "bom candidato com potencial" terá sido contratado pelas empresas que acordaram para este novo cenário de pleno emprego + copa do mundo + pré sal + olimpíadas. Este mesmo candidato terá se desenvolvido e ganhará muito mais, estará buscando outras posições, enquanto as empresas que insistem em resistir à realidade, continuarão buscando os "otimos e prontos " no palheiro.

Vamos ajustar nossos focos !
Final de semana vem vindo, descansem porque a vida não é feita só de trabalho...
Luciana Tegon

6 comentários:

  1. Sensacional !!! Este é bem o retrato do que temos hj no mercado. As empresas tem que parar de reclamar e agir!! Parabéns pelo post.

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  2. Luciana, ótimo seu artigo!
    Tenho 53 anos, sou um profissional da área comercial, com mais de 25 anos de experiência no varejo, busco uma recolocação há mais de 5 meses e encontro dificuldades em Campinas SP. Diariamente busco oportunidades junto a agências locais e cadastros em um grande número de empresas, sem sucesso... . Tenho me cadastrado em vagas que pela descrição atendo plenamente aos pré-requisitos, porém não sou convidado nem para uma entrevista!! Ora, será que os recrutadores estão buscando só pelo ótimo? Somente jovens têm talento? Será que buscam e analisam efetivamente seus bancos de dados? Tenho dúvidas. Com certeza "não estão pensando no que está por vir" como você menciona sabiamente em seu post.
    Maurício.

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    1. Olá Maurício, entendo perfeitamente sua posição, mas você pode acreditar “eles” não estão procurando apenas jovens talentosos. Tenho uma filha formada em engenharia de produção química com CREA e CRQ, faculdade de primeira linha em São Paulo, jovem, bonita, inteligente, continua estudando nosso “primeiro” idioma, o inglês, pois sem este não consegue se nada. Estagiou por oito meses em uma líder Holandesa na fabricação de tintas automotivas, e como é normal entre estas empresa de grande “reputação” não foi efetivada. Participou de inúmeras entrevistas, dinâmica de grupo e outra formas de “gestão em RH”, porém como de praxe de todas estas empresas que estão a procura de profissionais “ALTAMENTE QUALIFICADOS”, nenhuma tem a “educação” e a “ética” de pelo menos retornar a ligação informando o motivo da não escolha.
      No Brasil, hoje enfrentamos, pelo menos em minha área, uma invasão de engenheiros estrangeiros (americanos, indianos, japoneses, etc...) a procura de posições de destaque ou mesmo colocação em alguma “multinacional”, temos o exemplo de países europeus com taxa de desemprego de aprox. 20% da população e com a ajuda dos planos do governo brasileiro conseguem facilmente seus intentos .
      Pais endividados tentando formar seus filhos da melhor forma possível e de preferência em faculdades de linhas e não de porta de butiquim como surgiram aos montes neste país nos últimos anos nivelando por baixo toda uma geração estão totalmente decepcionados e se perguntando será que valeu a pena ¿
      Hoje as empresas, em sua totalidade, não querem gastar um tostão em treinamento, exigem das empresas de RH profissionais “prontos” para gerar lucros e divisas para seus países de origem sem transferência de tecnologia, cultura ou educação a razão é obvia, dar a nítida impressão que não existe mão de obra qualificada no Brasil, por isso trazem seus desempregados , desculpe mas não consigo ver outra resposta para tanta exigência de brasileiros tentando entrar no mercado de trabalho sem “pistolões”.
      Esta é a realidade.
      Marcos Rosa

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  3. Prezada Luciana,

    Não tive como pensar e duas materias, já postada no Linkedin, Overqualified e sob o livro de Talent on Demand: Managing Talent in an Age of Uncertainty - de Peter Capelli, o primeiro, porque sinto uma frialdade do mercado sob o Overqualified o anterior é explicado no livro "O guia definitivo para Recrutar nos bons e maus tempos", de Claudio Fernández-Aráoz, elé nos leva a pensar nas toma decisões de líderes visionários não apenas focar as necessidades atuais, mas sobre o futuro.

    E o segundo, sob novo perfil do executivos de Rh e o prisma do mercado com Baby Bloomer, Geração Y, X e interessante como Onboarding como processo deve sér importante.

    Discordo, na frase das empresas que não existem professionais qualificados, eles hoje muitos imigram e emigram, pela falta de oportunidades, até posso dizer que o brasil hoje possue até fuga de Brain, por desinteresse do Mercado.

    O anterior, pela minha experiencia propria e de colegas.

    A seu dispor,

    Claudio Riquelme Jorquera
    Ph.d em Rh & Auditor Trabalhista

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  4. Luciana,

    Você poderia falar um pouco mais sobre o "ajustar focos"? Quais alternativas você acredita serem viáveis neste cenário, tanto para empresas como para os candidatos?
    Abs

    Thiago de Assis Silva
    DOM Strategy Partners

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  5. Olá Thiago, perdão pela demora na resposta. Entendo por ajustar focos no que diz respeito às empresas, é estarem atentas à candidatos potenciais que podem ser desenvolvidos e não procurar candidatos 100% perfeitos e prontos para as posições em aberto. Estamos beirando um colapso de mão de obra, e insistir nesta conduta é pura perda de tempo. Ganhará quem investir em seus talentos e serão reconhecidas por isto. Para candidatos, eu "canto o mattra" de estudarem o inglês antes de qualquer outro curso de especialização. Valorizem empresas onde haja cultura de desenvolvimento dos potenciais. Abraços !

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