A Web
teve impactos sensíveis na alteração do comportamento de diversas relações
corporativas em voga. Para as funções de Recursos Humanos (RH) não poderia ser
diferente. O mercado consumidor e a própria concorrência vem forçando as
empresas a participar das tais Redes Sociais e dos novos recursos que a Web 2.0
vem disponibilizando. Por outro lado, as empresas incorporaram em seu
ecossistema digital interno uma série de funcionalidades que mudaram a maneira
das pessoas/funcionários trabalharem e se relacionarem.
Por isso,
pode-se dizer que a Web2.0 vem reescrevendo as regras de gestão e governança
internas nas companhias, pois:
- Coloca o digital no mapa Multicanal das Relações Empresas-FuncionáriosDefinitivamente, os novos canais digitais, online e colaborativos estão no radar das novas estratégias corporativas. Não se pode mais ignorar estes ambientes como recursos de relacionamento, transações e comunicação com os funcionários.Seja em ambientes próprios, seja em ambientes públicos ou ainda em ambientes de terceiros, é fundamental se estimular a colaboração e o engajamento a partir destes ambientes:
- Sejam positivas, sejam
negativas, todas estas participações têm impacto na credibilidade e
alinhamento interno e já surgem diversos cases de sustentação e
degradação desses pilares a partir dessas redes sociais internas,
- As transações online se
fixaram definitivamente e hoje são um meio essencial de agilizar e
integrar empresas e colaboradores, desde questões mais diretas, como
salários e colaborações em grupos de projetos, até clubes de fidelidade e
mercados colaborativos internos. Estes recursos estão se expandindo, hoje
já se fala em M-commerce, TV-commerce e Social-commerce via redes
sociais.
Dessa
forma, os times de RH precisam estar preparados para isso:
- Definindo políticas,
modelos de gestão e operação alinhados à cultura corporativa e, ao mesmo
tempo, transformando o digital e a colaboração em lentes internas de
atuação e decisão,
- Suportando processos nestes
ambientes novos, integrando equipes e times, co-construindo projetos e
soluções e, portanto, sendo capaz de entender e ativar gatilhos e skills,
- Incorporando aos processos de recrutamento e seleção uma rotina sistemática de checagem de capacidade de interação com estes meios, hoje incontornáveis, tanto na atração de talentos, via comunicação, como no monitoramento e categorização de oportunidades.
- Demanda a formalização de Códigos de Conduta em ambientes sociais/digitais, a fim de mitigar os riscos advindos da utilização dessas mídiasEm paralelo, estes recursos sociais (que são essencialmente colaborativos) mudaram os hábitos e colocaram recursos colaborativos e/ou de compartilhamento de todos os formatos disponíveis na ponta do mouse de qualquer usuário simples de um computador. Desta maneira, praticamente qualquer um (e isso só piora com os recursos de dispositivos móveis) tem a possibilidade de colocar para o mundo suas opiniões, fotos e vídeos, quebrando a fronteira entre vida pessoal e profissional e abrindo ao “mercado” as entranhas corporativas e seus segredos.A orgia atual pela utilização destes recursos, somada à imaturidade dos empregados no seu uso, tem feito com que diversos excessos fossem cometidos por funcionários nestes ambientes, compartilhando publicamente situações de trabalho que deveriam ficar restritas, ou expondo de maneira excessiva suas vidas particulares criando situações de difícil solução, ou ainda respondendo publicamente por suas empresas, mesmo sem te convocatória para tal.
- Fortalece a necessidade de se redefinir as regras de segurança e as responsabilidades da empresa e dos colaboradoresAdicionalmente, estes recursos ainda podem permitir que dados e/ou informações criticas do ambiente de trabalho vazem (literalmente) para o domínio público. De maneira complementar, estas funcionalidades viabilizam a transferência para uso pessoal de documentos que deveriam ser da empresa.De maneira global, mesmo que representando crime com pena bem definida, a Web é um caminho de flexibilização das Regras de Segurança da Informação que as empresas demoraram tanto a conseguir dominar e que, a partir de agora, são alvos fáceis da contra-governança.
Ademais,
a Web 2.0 vem incrementando a forma como os candidatos se relacionam com as
empresas e vice-versa, pois possibilitam:
- A submissão da candidatura online e ter capacidade de utilizar ferramentas digitaisPraticamente nenhuma empresa recebe mais currículos em papel. Em todos os sites de grandes empresas, fica disponível um formulário para preenchimento dos campos básicos de um currículo. Explodiram as oportunidades e o mercado para sites especializados em divulgação de currículos, redes de conexão de profissionais e ferramentas de exposição da experiência pessoal.
- A utilização de E-LearningO formato de transmissão de conhecimento também evoluiu. Todo tipo de formação, da mais técnica ou operacional à mais abstrata e acadêmica, encontra em ambientes digitais os suportes necessários para formatação e verificação de conhecimento.Antes visto com certo desprezo, hoje existem cursos em universidades de grande prestígio no formato online. Estes ambientes permitem altíssimo grau de multiplicação de conhecimento, colaboração e interação. Por conseqüência, não seria muito diferente em ambiente corporativo que, até se apoiando nestas instituições, desenvolveram universidades corporativas e programas específicos e interativos de transmissão tanto de conhecimento interno, quanto de formação e evolução pessoal para seu corpo de empregados.
- Transformam a vida online em parte ativa do currículo de cada candidatoPor fim, mas não menos importante, se por um lado os ambientes 2.0 são um risco para as empresas, por outro também são um palco de exposição para os candidatos. As equipes de RH usam extensamente as Mídias Sociais para conhecer melhor seus proponentes.
A Web
2.0, com suas Redes Sociais, é um palco repleto de riscos e oportunidades para
empresas e empregados utilizarem tanto de maneira positiva, como transformarem
em um enorme risco para ambos.
A Web é o
vidro da vitrine onde cada um expõe o produto que lhe convêm. Ponto a menos
para as empresas que precisam, hoje em dia, colocar a vitrine na mão dos seus
empregados. Ponto a mais para os empregados e consumidores que reequilizaram as
relações de força e liberdade com as empresas. Que ninguém atire pedras!
Artigo escrito por Thiago de Assis, consultor sênior na DOM Strategy Partners, com os agradecimemtos do Blog do Headhunter pela colaboração.
Luciana Tegon
Artigo escrito por Thiago de Assis, consultor sênior na DOM Strategy Partners, com os agradecimemtos do Blog do Headhunter pela colaboração.
Luciana Tegon
Olá Luciana...
ResponderExcluirPercorrendo o post e pensando há um dado que é inequívoco: os caminhos das redes e seus compartilhamentos avançam numa reta que não tem volta. Por isso, todos os que lidam com as mesmas necessariamente terão que se confrontar com este meio de comunicação que é da geração atual... gostando ou não das redes.
A questão é que dá trabalho! Se a atenção e concentração já era uma dificuldade com todos os meios disponíveis atualmente essa tarefa é ainda mais dificil.
Mas com criatividade estes recursos podem ser muito interessantes... Além de envolver todos!
As repercussões que as redes sociais terão em comportamentos sociais, culturais, e pessoais ainda gatinham e as tentativas de análise desses comportamentos encontrarão desdobramentos e cada vez mais profissionais se debruçarão sobre o tema.
O que é indiscutível dizer é que de fato as pessoas começaram a construir uma imagem de si mesmas, tal como sempre fizeram...o que ocorre no cenário atual é que as dimensões e o universo dessa exposição é muito diferente da que ocorria em tempos passados.
Outro aspecto que considero importante é que os espaços de privacidade encurtaram-se e as pessoas e instituições estão tendo dificuldade de construir estes espaços virtuais. Anteriormente os espaços eram físicos e circunscritos aos nossos locais de trabalho, nossa casa, nosso quarto....era simples definir isso. Bastavam muros e paredes! Hj há uma movimentação muito grande nestes espaços virtuais e muitos não sabem bem onde acaba uma coisa e começa outra... ou se de fato não acaba!
Creio que estudos mais aprofundados sobre aspectos psicológicos, sociais, antropológicos precisam e vão surgir.
A contemporaneidade tem nos colocado o desafio de lidar com o novo e a inovação a cada dia. Processos, pessoas, recursos, máquinas e equipamentos se alteram com velocidade estelar e só temos duas alternativas: ou nos sentamos na sarjeta e deixamos o mundo rodar, ou entramos no círculo virtuoso de mudanças possíveis ou prováveis para nós e para o nosso círculo próximo.
Daí que qto mais rápido instituições iniciam seus trabalhos de educação digital melhor será para todos. Esta tarefa não deve estar circunscrita a escolas, mas a todos os ambientes onde as relações se dão. Formando pessoas que saibam como otimizar tantos recursos sem dispersão ou subutilização.
Acho que volto aqui a um posicionamento que tenho: não há tecnologias que deem conta da autoconsciência de cada um em busca de seu aprimoramento.
Por isso, eu afirmar que não são as tecnologias disponíveis que darão conta da indiferença e comodidade. Contra essas não há tecnologia! Há apenas o desejo intrínseco de cada um e formas criativas de se apropriar do que está disponível.
Abs
Eliana Rezende
Boa colocação Eliana; realmente as mídias sociais são um caminho sem volta pois desde os primórdios os homens se organizam em redes para compartilhar informações e as ferramentas como twitter, facebook, linkedin apenas intensificaram esse fenômeno na internet. Independente da ferramenta usada para se comunicar e do tempo em que isso é feito (realmente hoje não há mais distinção entre local/horário de trabalho,lazer, tudo está ligado) o importante é a informação e a relevância do que é transmitido. As empresas precisam compreender isso para dialogar com os consumidores. Convido você a ler um pouco mais sobre a relação consumidores x empresa no artigo http://www.domsp.com.br/midia/ultimos-artigos/relendo-as-midias-a-luz-da-colaboracao-e-da
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