Tenho recebido vários emails com dúvidas sobre o que fazer e o que não fazer na vida profissional. Há algum tempo atrás, Cezar Tegon, colunista da Universidade do Futebol escreveu excelente artigo que resume de forma objetiva e muito bem humorada os "pecados" que não podemos cometer.
Aproveitem a divertida leitura e compartilhem "
Luciana Tegon
Os pecados capitais na vida profissional
Luciana Tegon
Os pecados capitais na vida profissional
Você comete alguns deles? Veja como evitar as penitências
Frequentemente recebo pedidos de
entrevistas abordando formas de comportamento no mundo coorporativo. Na
grande maioria das vezes são perguntas muito parecidas: “o que fazer”,
“o que deve ser evitado”, “como se portar diante de algumas situações”,
etc.
Na última semana, recebi uma solicitação de nossa assessoria de
imprensa para abordar exatamente este tema: comportamento no mundo
coorporativo. Agendei horário para entrevista e pensei que já soubesse
quais seriam as perguntas, mas fui surpreendido pela forma como o
assunto foi abordado. Ao invés das perguntas conhecidas, a repórter fez
um paralelo com os pecados capitais, então precisei parar e refletir
para poder responder.
Ao refletir sobre as perguntas e as possíveis respostas, pensei
também se eu mesmo não estava cometendo alguns dos pecados, se deveria
pagar alguma penitência por eles e como poderia evitá-los.
Gostaria de compartilhar esse assunto com vocês, para que também pudessem fazer suas avaliações. Vamos a eles:
Gula – uma pessoa com gula tem o desejo insaciável,
além do necessário, em geral por comida, bebida ou intoxicantes. Podemos
dizer que nas empresas ou nos clubes cometem o pecado da gula aqueles
profissionais que antes de iniciar uma tarefa querem saber o que vão
ganhar com aquilo, o quanto vão ganhar. Estão sempre de olho no que vão
receber, no que podem pedir em troca.
A penitência para esses profissionais é ficarem "mal vistos" pelos
demais, acabando por perder oportunidades e sendo excluídos do grupo,
pois as pessoas, antes de delegarem uma tarefa extra ou de pedirem algo
para o glutão, pensam: "não vou pedir para ele, pois ele sempre quer
algo em troca" ou "ele sempre pede mais do que precisa, mais do que vale
a tarefa".
Dica de como lidar com essa situação: ganhar é
sempre bom, mas ninguém ganha antes de contribuir antes de fazer algo;
por isso fique atento ao que acontece ao seu redor, veja como pode
contribuir com a equipe, sem que os ganhos sejam imediatos. Aliás, pode
ser que não ocorram ganhos imediatos, mas o fato de contribuir e se
engajar com a equipe poderá trazer ganhos futuros e consolidar
relacionamentos que podem abrir outras portas dentro e fora da empresa.
Avareza – uma pessoa avarenta tem dificuldade de
abrir mão do que tem mesmo que receba algo em troca. Nas empresas ou nos
clubes, o profissional avarento é aquele que não quer compartilhar o
conhecimento, o famoso "sonegador", quer manter segredo do que faz, de
como faz, acha que essa atitude lhe dá poder. Hoje, ao contrário do que
pensa o avarento, compartilhar o conhecimento é o segredo do sucesso. A
diferença não está mais no conhecimento teórico - isso é facilmente
encontrado em qualquer pesquisa no Google, e sim em como usar o
conhecimento adquirido para fazer algo diferente.
A penitência para os avarentos é ficar cada vez mais isolado, pois
quem não está disposto a contribuir, também recebe poucas contribuições e
hoje, quando a troca de informações é vital para o sucesso, um avarento
está com os dias contados em qualquer empresa.
Dica de como lidar com essa situação: saber sobre
algo, ter conhecimento teórico é uma grande qualidade, mas essa
qualidade pode ser multiplicada se você usar o conhecimento para
contribuir com um grupo ou em projeto. Tente fazer isso algumas vezes e
verá que os resultados serão surpreendentes.
Luxúria – uma pessoa embebida pela luxúria age numa
busca desenfreada pelo prazer, um prazer pelo excesso. Nas empresas ou
nos clubes, luxúria pode ser classificada como assédio sexual ou assédio
moral. Casos desse tipo foram um problema muito sério no Brasil,
principalmente nos tempos dos excessos de autoridade dos líderes,
agravado pela impunidade e desemprego em alta. Hoje estes casos podem
ser classificados como exceção.
A penitência para esses casos vai além de uma simples advertência ou
demissão, pois implica em aspectos legais. O profissional que cometer
esse crime responderá judicialmente por ele.
Dica de como lidar com essa situação: se você sente
esse prazer em excesso, essa busca louca pelo prazer e consegue perceber
isso, pare imediatamente, pois ainda há uma chance de impedir que algo
de errado aconteça. Procure ajuda de um profissional da área da saúde.
Ira – uma pessoa em estado de ira tem o intenso e
descontrolado sentimento de raiva, ódio, rancor que pode ou não gerar
sentimento de vingança. Nas empresas ou nos clubes, os profissionais que
cometem esse pecado são aqueles que enxergam os problemas em tudo. Ao
invés de verem soluções, fazem críticas e críticas duras a tudo e a
todos, com raiva, mesmo: nunca nada está bom para o profissional irado e
rancoroso.
A penitência é que ficam pouco tempo nas empresas, são excluídos dos grupos rapidamente.
Dica de como lidar com essa situação: se você sente
raiva de tudo e de todos, algo não vai bem, com certeza não está tudo
errado e todos não estão errados. Procure identificar o que te incomoda
de fato e resolva essa situação. Paralelamente, antes de tomar qualquer
atitude, pense, reflita o que sua ação pode causar de danos para você
mesmo e se existem outras formas de lidar com a situação. Só depois de
parar, respirar, pensar de novo, volte a agir. Fazendo assim, seu
excesso de raiva será minimizado e você e todos que vivem ao seu redor
terão uma rotina mais tranquila.
Inveja – a pessoa invejosa tem um sentimento gerado
pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos.
O profissional invejoso normalmente faz pouco e reclama dos que fazem e
são gratificados por isso. É comum um invejoso classificar os mais
trabalhadores e os mais talentosos como "puxa sacos" ou "sortudos",
afinal ele tem que justificar para si mesmo sua incompetência.
A penitência para o invejoso, na melhor das hipóteses, é ficar estagnado em sua posição.
Dica de como lidar com essa situação: antes de ficar
com inveja da conquista dos outros e taxá-los de "sortudos" ou "puxa
sacos", tente entender o que eles fizeram para alcançar seus objetivos e
veja se você está disposto a fazer o mesmo. Se estiver, vá em frente e
chegará lá também. Agora, se não estiver disposto, pare de reclamar e
continue vivendo e tendo os resultados compatíveis com suas entregas.
Preguiça – uma pessoa preguiçosa pode ser
interpretada como quem tem aversão ao trabalho, bem como negligente e
lento ao realizar suas atividades. O profissional preguiçoso é aquele
que está sempre fugindo de mais trabalho, dá pouca atenção aos detalhes,
não é caprichoso, quer fazer sempre menos que o possível, não gosta de
pensar, cumpre a "tabela", segue a risca os horários de almoço e de
saída. Pode ser até querido pelo grupo, pois normalmente são bem
humorados e não arrumam "encrenca" com ninguém.
A penitência para o preguiçoso, na melhor das hipóteses, é ficar
estagnado em sua posição. Seu emprego corre risco quando encontra pela
frente um líder atento, que sabe que este tipo de profissional destrói a
moral da equipe.
Dica de como lidar com essa situação: sair da
estagnação é complicado. Os primeiros passos, aqueles que começam a dar
velocidade, são os mais difíceis, mas se você quer de fato deixar a
preguiça de lado, vá em frente! A boa notícia é que a cada passo dado, a
estagnação fica mais longe e a velocidade aumenta com mais facilidade.
Soberba – uma pessoa com soberba é caracterizada
pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, com
manifestação latente de arrogância. O profissional que comete esse
pecado é aquele que se acha mais importante do que de fato é. Na sua
visão, ele é insubstituível, faz mais e melhor que os outros e age assim
sem perceber. Todos percebem sua soberba, menos ele. Os outros
descrevem ele da seguinte forma: "Se fulano fosse tão bom quanto pensa
que é, ele seria um ótimo profissional". Diferentemente do preguiçoso,
normalmente o soberbo não é uma pessoa querida.
A penitência pela soberba é perder oportunidades de aprender e crescer nas organizações.
Dica de como lidar com essa situação: antes de achar
que sabe tudo, que pode tudo, que é o melhor em tudo, procure ver como
pode aprender ainda mais, ser ainda melhor no que faz e ver se alguém já
fez ou faz o que você se acha único. Agindo assim, você poderá aprender
e agregar ainda mais qualidades às que já twm e, paralelamente, deixará
sua arrogância de lado, o que isoladamente já será um ganho enorme.
É isto, pessoal!
Reflitam e vejam se estão cometendo algum pecado e se ainda é tempo de evitar as penitências e fugir delas.
Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos no próximo mês.
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