Cerca de 38% dos empregados norte-americanos têm idade superior a 45
anos, como apontam pesquisas da consultoria global de Recursos
Humanos Manpower. No Brasil, outra pesquisa da PriceWaterhouseCoopers
(PwC) aponta que os profissionais nessa faixa etária não passam de
24% da força de trabalho, número que deve crescer nos próximos
anos, isso se as empresas finalmente superarem os preconceitos contra
trabalhadores mais velhos. Segundo Luciana Tegon, sócia diretora da
consultoria Tegon, empresa especializada em processos de atração e
seleção de profissionais, muitas empresas não estão preparadas
para lidar com profissionais mais velhos, que exigem estratégias de
adaptação diferenciadas:
“Se até os 45
anos o profissional não alcançou um cargo de liderança, o que é
algo muito comum, ele terá chances de trabalho inicialmente no mesmo
nível onde já atuava, mas a possibilidade de uma promoção
dependerá de sua performance. Um problema recorrente, que é a
adaptação do funcionário mais velho a um chefe mais novo, está
ligado ao perfil comportamental da pessoa e não à sua idade. Muitas
empresas temem que um profissional mais maduro não respeite um chefe
mais novo, mas o problema aí é a atitude comportamental tanto do
empregado mais velho, quanto do chefe mais novo. Se estas pessoas
tiverem perfis adequados para o trabalho em equipe, esse tipo de
problema não acontecerá”, assinala Luciana.
Outro aspecto que assusta as empresas está
ligada a eventuais problemas de saúde que profissionais mais velhos
podem vir a apresentar. Segundo a diretora da consultoria Tegon este
é um receio comum, mas não é segredo para ninguém que após os 40
anos o indivíduo começa a declinar e as rotinas de exames começam
a ficar mais intensas, mesmo que preventivamente:
“No entanto, o
fato de eventualmente precisar se ausentar para exames médicos não
significa que o empregado será menos produtivo. As empresas precisam
observar a performance de cada indivíduo antes de emitir um
julgamento. Há profissionais mais jovens que estão o tempo todo na
empresa, mas que estão desinteressados sobre o que se passa no seu
entorno, mostrando-se acomodados no trabalho. Ao passo que há
profissionais com 50 anos ou mais que embora eventualmente possam ir
ao médico, estão motivados, têm mais experiência e conhecimento e
são muito mais produtivos, compartilhando conhecimentos e
interagindo com todos. Pergunto, quem tem melhor performance e
comprometimento com os objetivos da empresa?”, desafia Luciana.
Vantagens –
Entre as principais vantagens para uma empresa contratar
profissionais mais velhos, Luciana assinala que, em regra, são
profissionais já estabelecidos na vida, com filhos grandes, ou seja,
com mais disponibilidade e possibilidade de dedicação do que os
mais jovens com família e filhos pequenos:
“Outra vantagem
é que estes profissionais tem mais maturidade corporativa, lidam com
problemas de forma mais sensata, pois já dominam o equilíbrio de
suas emoções. Normalmente contribuem muito com suas experiências e
acabam sendo "conselheiros" dos mais jovens da equipe. Da
mesma forma, estes profissionais aprendem bastante com os mais jovens
sobre assuntos tecnológicos e atualidades, é uma excelente troca de
experiências quando temos pessoas dispostas a fazer isso e não a
fechar-se em um conflito de gerações”, assinala Luciana.
Para a diretora da Tegon, com o nível de desemprego no Brasil em 5%,
as empresas precisarão ampliar ampliar seu leque de possibilidades
de atração para preencher as vagas, o que pressupõe olhar mais
para profissionais com mais idade:
“Entretanto, a
questão da qualificação é um fator que deve ser tratado com
atenção pois há um déficit grande de profissionais com idioma
inglês e com cursos e especializações na área em que atuam.
Pessoas com mais de 45 anos podem ser mais qualificadas e inclusive
terem já ocupado cargos de liderança em sua trajetória
profissional, o que significa dizer que já trarão habilidades de
gestão desenvolvidas”, conclui.
Na verdade eu tenho certeza que o novo aprendera com o mais velho e vice versa. As empresas precisam entender que leva-se anos para formar um profissional com qualificação, experiência e vivências em varias funções e com a mentalidade e maturidade avançada. As vezes um profisssional com 30 anos de experiência é barrado em uma empresa porque não domina, por exemplo, o a auto cad (o que em um curso bem ministrado, ele aprenderia em cerca de 3 meses).
ResponderExcluirPor outro lado um profissional jovem que domina essa linguagem de projeto, por exemplo, levará 30 anos para ter a vivência do profissional mais maduro.
E isso geralmente não é levado em conta na hora da contratação. É um antagonismo com inversão de valores. Há espaço para todo mundo no mercado de trabalho.
Muito bom !!! Esclarece muitas dúvidas.
ResponderExcluirMuito pertinente a matéria à atual realidade do Brasil.
ResponderExcluirA mudança é necessária e requer troca de experiência e interação do grupo num todo, independente da faixa etária. O importante é garantir o respeito mútuo e manter a mente sempre aberta para novas idéias...
Enfim, todos terão sucesso em sua carreira profissional e na vida familiar.
Um abraço a todos !!!